Seguro de Doenças Graves cresce mais de 20% e se consolida como tendência no mercado brasileiro

Produto se destaca como alternativa de proteção financeira, especialmente para quem busca complementar planos de saúde e preservar seu padrão de vida

O mercado de seguros de pessoas no Brasil segue em franca expansão. Dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), com base nas informações da Superintendência de Seguros Privados (Susep), revelam que os seguros de Doenças Graves cresceram 22,2% no primeiro bimestre de 2025, percentual que supera inclusive o avanço do tradicional ramo Vida Individual, que ficou em 14,7% no mesmo período.

Esse aumento reflete não apenas um momento positivo do setor, mas também um movimento consistente de ampliação da consciência da população sobre a importância do seguro como proteção financeira, tanto em situações emergenciais quanto para manutenção da qualidade de vida.

Por que cresce a procura pelo seguro de Doenças Graves?

O crescimento desse produto está diretamente ligado às mudanças no perfil do consumidor e à evolução das ofertas no mercado segurador. Bernardo Castello, 1º vice-presidente da Fenaprevi, explica que, ao longo da última década, o setor trabalhou para desenvolver produtos que oferecessem proteção não apenas em caso de morte, mas também em vida.

“As coberturas de Doenças Graves funcionam para uma pessoa que tem um plano de saúde, pois o pagamento da indenização pode ajudar tanto na aquisição de medicamentos quanto na melhoria do tratamento. E, para quem não tem plano, serve para garantir um tratamento digno e de maior qualidade na ocorrência de uma doença grave”, destaca Castello.

Bernardo Castello, 1º vice-presidente da Fenaprevi
Bernardo Castello – 1º vice-presidente da Fenaprevi

A cobertura varia de acordo com cada seguradora, mas, de forma geral, contempla doenças como câncer, acidente vascular cerebral (AVC), doenças cardíacas e, em alguns casos, transplantes de órgãos. O valor médio da indenização gira em torno de R$ 200 a R$ 300 mil, segundo a Fenaprevi — quantia suficiente para custear boa parte dos tratamentos na rede privada.

Proteção da renda e bem-estar financeiro

Além de assegurar recursos para tratamentos médicos, o seguro de Doenças Graves também desempenha um papel fundamental na proteção da renda, especialmente para profissionais liberais e autônomos que ficam impedidos de trabalhar durante o período de recuperação.

De acordo com Daniel Valente, responsável pela área de Seguros da Fami Capital, “é um seguro que permite proteger a renda, especialmente durante o afastamento do trabalho. O valor da cobertura é isento de imposto de renda, não funciona como reembolso e contribui para a manutenção do padrão de vida. Nossa orientação é contratar a cobertura que cubra, no mínimo, seis meses de afastamento”, orienta.

Tendências para o mercado e impactos no setor

Para Fernando Teixeira, analista de Crédito da Warren Asset Management, o envelhecimento da população, somado às mudanças comportamentais provocadas pela pandemia, impulsiona a procura por seguros voltados à proteção da saúde e da renda.

“Apesar da expansão, esse tipo de seguro ainda representa uma fração relativamente pequena da receita total das seguradoras. Porém, é uma fonte com potencial de crescimento, principalmente entre a população de maior poder aquisitivo”, avalia Teixeira.

Além dos impactos diretos no mercado segurador, esse movimento também influencia outros setores, como planos de saúde e hospitais privados. A indenização recebida pelos segurados pode reduzir a sinistralidade das operadoras de saúde, ao aliviar parte dos custos de tratamentos complexos, e impulsionar a demanda por serviços especializados na rede privada.

Desafios na comercialização e atenção no pós-venda

Embora o crescimento do seguro de Doenças Graves seja expressivo, o sucesso na contratação e na efetividade do produto depende de um processo de venda qualificado e transparente.

“É fundamental que o corretor oriente o cliente sobre todos os detalhes do seguro, incluindo prazos de carência e a necessidade de preenchimento da declaração de saúde. Isso evita problemas na hora da indenização, especialmente em casos de doenças pré-existentes não declaradas”, alerta Valente, da Fami Capital.

Oportunidades para quem atua no setor

O crescimento da procura por seguros de Doenças Graves revela uma clara tendência de expansão do mercado de seguros de pessoas no Brasil. Para profissionais que atuam ou desejam atuar no setor, é uma oportunidade de se especializar em produtos voltados à proteção financeira e à gestão de riscos pessoais.

A ENS oferece cursos, certificações e programas de capacitação focados em seguros de pessoas, gestão de riscos e desenvolvimento de soluções inovadoras, preparando os profissionais para atender às novas demandas de um mercado cada vez mais dinâmico e centrado nas necessidades do cliente.

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