O que é Gestão de Riscos e sua importância no mercado de seguros
O mercado de seguros é intrinsecamente ligado à gestão de riscos. Afinal, sua principal função é proteger indivíduos e empresas contra perdas financeiras decorrentes de eventos imprevistos. Mas, para que essa proteção seja eficaz, é fundamental que as seguradoras adotem uma abordagem proativa e estruturada na gestão de seus próprios riscos.
Para profissionais que buscam se destacar nesse mercado desafiador, aprofundar-se em gestão de riscos é crucial. Um MBA especializado, como o oferecido pela ENS – Escola de Negócios e Seguros, proporciona o conhecimento e as ferramentas necessárias para enfrentar os desafios do setor e impulsionar a carreira.
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O que é Gestão de Riscos
A gestão de riscos no mercado de seguros é um processo contínuo e sistemático que envolve a identificação, avaliação, controle e monitoramento dos riscos que podem afetar as operações de uma seguradora. Esses riscos podem ser de diversas naturezas, como:
Riscos de Subscrição
Esses riscos estão no cerne da operação de uma seguradora. A má avaliação de riscos na subscrição pode levar a perdas significativas. Um estudo da Swiss Re Institute (2023) revelou que, em média, 30% das perdas das seguradoras globais são atribuídas a erros de subscrição. A seleção inadequada de riscos, a precificação incorreta e a falta de informações completas sobre o segurado são fatores que contribuem para esse problema.
Exemplo: Uma seguradora que não avalia corretamente o histórico de sinistros de um motorista pode oferecer um prêmio muito baixo para um seguro auto, resultando em prejuízo em caso de sinistro.
Riscos de Mercado
As flutuações do mercado financeiro impactam diretamente as seguradoras. A volatilidade das taxas de juros, as variações cambiais e as crises econômicas podem afetar o valor dos investimentos e a rentabilidade das carteiras.
Exemplo: Em 2022, a crise inflacionária global impactou as seguradoras, com aumentos nos custos de sinistros e redução no valor real dos investimentos. Segundo dados da AM Best, o índice combinado do setor de seguros de propriedades e acidentes aumentou em 2,5 pontos percentuais em relação ao ano anterior, refletindo essa pressão inflacionária.
Riscos de Crédito
A inadimplência dos segurados e a possibilidade de falência de resseguradores representam riscos de crédito para as seguradoras.
Exemplo: Durante a pandemia de COVID-19, muitas empresas enfrentaram dificuldades financeiras, o que aumentou a taxa de inadimplência em seguros empresariais.
Riscos Operacionais
Falhas em processos, sistemas, tecnologia e recursos humanos podem gerar perdas e comprometer a eficiência da seguradora.
Exemplo: Um ataque cibernético que compromete dados confidenciais de clientes pode resultar em perdas financeiras e danos à reputação da seguradora. De acordo com um estudo da PwC, o custo médio de um ataque cibernético para seguradoras globais foi de US$ 4,7 milhões em 2022.
Riscos de Reputação
A reputação de uma seguradora é um ativo valioso. Escândalos, má conduta e falhas no atendimento ao cliente podem prejudicar a imagem da empresa e afetar seus resultados.
Exemplo: Uma seguradora que nega indevidamente um sinistro pode gerar grande repercussão negativa na mídia e nas redes sociais, impactando a confiança dos clientes.
Processo de Gestão de Riscos
Cada etapa do processo de gestão de riscos exige atenção e metodologia:
1) Identificação dos Riscos
A identificação abrangente de todos os riscos potenciais é o ponto de partida. Utilizar técnicas como brainstorming, análise SWOT, workshops com especialistas e análise de cenários é crucial.
Exemplo: Uma seguradora que deseja identificar os riscos relacionados à subscrição de seguros cibernéticos pode realizar workshops com especialistas em segurança da informação para mapear as vulnerabilidades e ameaças mais comuns.
2) Avaliação dos Riscos
Após identificar os riscos, é preciso avaliar a probabilidade de ocorrência e o impacto potencial de cada um. Métodos quantitativos, como análise de dados históricos e modelagem estatística, e métodos qualitativos, como análise de cenários e julgamento de especialistas, são utilizados nessa etapa.
Exemplo: Uma seguradora pode utilizar dados históricos de sinistros para estimar a probabilidade de ocorrência de incêndios em diferentes tipos de imóveis.
3) Controle dos Riscos
Com base na avaliação dos riscos, a seguradora define estratégias para controlá-los. As principais estratégias são:
- Mitigação: Implementar medidas para reduzir a probabilidade de ocorrência ou o impacto do risco.
- Exemplo: Instalação de sistemas de segurança em imóveis para reduzir o risco de incêndio.
- Transferência: Transferir o risco para outra parte, como uma resseguradora.
- Exemplo: Uma seguradora pode contratar um resseguro para cobrir parte do risco de grandes catástrofes naturais.
- Aceitação: Aceitar o risco, caso o custo de controlá-lo seja superior ao benefício.
- Exemplo: Uma seguradora pode aceitar o risco de pequenos danos em veículos, considerando o baixo custo desses sinistros.
4) Monitoramento dos Riscos:
O monitoramento contínuo dos riscos e das medidas de controle é essencial para garantir a eficácia da gestão de riscos. Acompanhar indicadores-chave de risco, realizar auditorias internas e revisar periodicamente as estratégias de controle são práticas importantes.
Exemplo: Uma seguradora pode monitorar a frequência e o valor dos sinistros relacionados a um determinado tipo de seguro para identificar tendências e ajustar as medidas de controle.
Carreira
No mercado de seguros, a gestão de riscos é mais do que uma necessidade operacional; é uma vantagem estratégica. Profissionais que dominam essa área são altamente valorizados, pois podem:
Identificar e mitigar riscos:
- Profissionais com expertise em gestão de riscos podem analisar cenários complexos, identificar vulnerabilidades e propor soluções para minimizar perdas.
- Essa habilidade é crucial para seguradoras, resseguradoras, corretoras e empresas que buscam proteger seus ativos e garantir a continuidade dos negócios.
Fechar grandes contratos:
- A capacidade de avaliar e gerenciar riscos é fundamental para negociar e fechar contratos complexos, como seguros de grandes obras, projetos de infraestrutura e operações de fusões e aquisições.
- Clientes buscam profissionais que possam oferecer soluções personalizadas e eficientes para seus desafios específicos.
Ascender na carreira:
- A gestão de riscos é uma área em constante evolução, com novas tecnologias, regulamentações e desafios surgindo a cada dia.
- Profissionais que se mantêm atualizados e desenvolvem suas habilidades em gestão de riscos têm mais oportunidades de ascender a cargos de liderança e tomar decisões estratégicas.
Tornar-se um agente transformador:
- Ao alinhar a gestão de riscos à sustentabilidade de longo prazo das empresas e ao desenvolvimento socioeconômico, você se posiciona como um agente transformador no mercado segurador e além.
O MBA em Gestão de Riscos e Seguros da ENS oferece a formação estratégica necessária para explorar essas oportunidades. Com uma abordagem prática e atualizada, o curso capacita os participantes a entenderem os riscos de forma sistêmica, identificar oportunidades e mitigar perdas com eficiência. Além disso, a parceria internacional com o CIMMO agrega valor à formação, com microcertificações internacionais e networking com profissionais experientes.
Ferramentas e técnicas
As seguradoras dispõem de um arsenal de ferramentas e técnicas para gerenciar seus riscos. Vamos analisar algumas aplicações práticas
Análise de Cenários:
Construir cenários hipotéticos para simular o impacto de diferentes eventos e tendências no negócio.
Exemplo: Uma seguradora pode simular o impacto de um aumento na frequência de eventos climáticos extremos em sua carteira de seguros residenciais.
Testes de Estresse:
Avaliar a capacidade da seguradora de resistir a choques e cenários adversos.
Exemplo: Simular o impacto de uma crise financeira global na solvência da seguradora.
Modelagem de Riscos:
Utilizar modelos matemáticos e estatísticos para quantificar e analisar os riscos.
Exemplo: Desenvolver modelos para prever a frequência e o valor de sinistros em diferentes carteiras de seguros.
Resseguro:
Transferir parte dos riscos para uma resseguradora.
Exemplo: Contratar resseguro para cobrir o risco de grandes catástrofes naturais, como terremotos e furacões.
Diversificação de Carteira:
Diversificar os riscos assumidos pela seguradora, evitando a concentração em um único tipo de seguro ou região geográfica.
Exemplo: Uma seguradora pode diversificar sua carteira, oferecendo seguros em diferentes ramos, como seguros de vida, saúde, automóveis e propriedades.
Futuro da Gestão de Riscos
Tendências e Desafios na Gestão de Riscos em Seguros
O mercado de seguros enfrenta desafios e precisa se adaptar às novas tendências:
- Mudanças Climáticas: O aumento da frequência e severidade de eventos climáticos extremos, como furacões, enchentes e secas, representa um desafio crescente para as seguradoras. Um estudo da Munich Re estima que as perdas econômicas globais com desastres naturais em 2022 atingiram US$ 270 bilhões.
- Tecnologia e Riscos Cibernéticos: A crescente dependência da tecnologia aumenta a exposição das seguradoras a riscos cibernéticos, como ataques de ransomware, roubo de dados e interrupção de serviços. A Allianz Global Corporate & Specialty prevê que as perdas globais com crimes cibernéticos podem chegar a US$ 30 trilhões até 2030.
- Mudanças Regulatórias: As seguradoras precisam se adaptar às constantes mudanças regulatórias, que visam aumentar a proteção dos consumidores e a estabilidade do mercado.
- Concorrência: O mercado de seguros está cada vez mais competitivo, com a entrada de novos players e o surgimento de modelos de negócios inovadores, como as insurtechs.
Prepare-se para o mercado
A ENS, como um centro de excelência em educação no setor de seguros, desempenha um papel fundamental na formação de profissionais capacitados para lidar com esses desafios. Através de seus cursos e programas de especialização, a ENS prepara os futuros líderes do mercado de seguros para tomar decisões assertivas e impulsionar a inovação na gestão de riscos.
A gestão de riscos é um pilar fundamental do mercado de seguros. Ao adotar uma abordagem proativa e estruturada, as seguradoras podem proteger seu capital, garantir sua solvência e fortalecer sua reputação. E para isso, contar com profissionais qualificados e atualizados é essencial. A ENS se destaca nesse cenário, oferecendo a educação necessária para que o mercado de seguros continue a evoluir de forma segura e sustentável.